[...] Tendo fundado , com meu companheiro
Luiz Alves Thomaz, dois hospitais
para normalização de loucos ,
que existiram até
1916, um em
Santos [...] e outro
no Rio de Janeiro
[...], ficaram até os mais céticos convencidos de que
a obsessão só
poderia ser
curada com o emprego
de método e da disciplina
aconselhados pelo Centro
Redentor . (Luiz de Mattos, no
livro Cartas
oportunas sobre o espiritismo )
O envolvimento dolobo frontal
nas emoções já
era conhecido
desde os últimos
anos do século
19. Esse conhecimento
resultou tanto de observações
clínicas , quando
essa parte do cérebro
era destruída por
acidentes ou
tumores , como
também , através
de experiências feitas
em animais
de laboratório em
que esse
lobo era
lesado ou retirado.
O envolvimento do
O
Foi
A essa técnica
psicocirúrgica ele denominou lobotomia ou leucotomia, pois o instrumento cirúrgico usado para
realizá-la chamava-se "leucótomo". A primeira cirurgia
desse tipo foi realizada em 1936 por
Almeida Lima sob
a supervisão de Egas Muniz.
Osresultados obtidos com
a lobotomia foram naquela época considerados tão bons para controlar psicoses , temperamentos
violentos e depressões
severas que , em
pouco tempo ,
esse procedimento foi adotado em vários países e usado principalmente
nos pacientes
internados em clínicas
e hospitais psiquiátricos .
Por esse
feito , em
1949 Egas Muniz recebeu o Prêmio Nobel de Medicina .
Os
No Brasil, a psicocirurgia
Essas pequenas lesões
cirúrgicas têm sido usadas agora para controlar , por exemplo , comportamentos violentos
causados por tumores
intracranianos, focos epiléticos
localizados na região "emocional " do cérebro ,
agressividade crônica imotivada e ansiedade crônica .
Segundo os neurocirurgiões, elas não afetam
significantemente o intelecto
e as emoções dos pacientes .
No entanto , apesar
de todo esse
refinamento técnico que
se propõe usar agora ,
uma coisa não
mudou: continua existindo a polêmica de que as cirurgias
psiquiátricas possam servir para
controlar o comportamento
ou causar danos irreversíveis .
E, esse controle
parece ser justificado, pois
o grande desenvolvimento
científico ocorrido no estudo dos comportamentos
concorreu muito para
o uso entusiasmado dessa cirurgia pelos médicos .
No Brasil, o Ministério da Saúde
é contrário à Psicocirurgia alegando que não existem
ainda suficientes
evidências científicas para
autorizar um
procedimento como este
que , segundo
dados estatísticos
recentes , envolve riscos
para o paciente .
O Conselho Federal
de Medicina , embora
tenha emitido várias resoluções a esse respeito ,
deixou nelas várias brechas devido ao texto
das mesmas serem ambíguos . Assim , essa polêmica
só vai desaparecer
quando houver uma lei
federal regulamentando essa prática ou
proibindo-a de vez .
Na
A depressão é um dos sintomas presentes
em pacientes
com Transtorno
Obsessivo Convulsivo e, quando
ela é muito
intensa , o índice
de suicídios é alto .
Para os psiquiatras ,
é esse o tipo
de paciente que
deve ser indicado para a
Psicocirurgia, pois , segundo
esses profissionais ,
em geral
eles são
refratários ao tratamento
convencional .
Otratamento cirúrgico do Transtorno
Obsessivo Compulsivo
foi proposto apoiado em um achado feito por
neurocientistas. Eles detectaram em pacientes com essa doença mental alterações na Cápsula
Interna e no Cíngulo Anterior — duas regiões
do cérebro emocional . No entanto , não
foi possível ainda
determinar se tais
alterações são a Causa
ou a Consequência
desse distúrbio mental . Mas , mesmo assim ,
essa Psicocirurgia continua sendo realizada...
O
O termo mente é sinônimo de espírito ,
de alma . Logo ,
doenças mentais
são doenças
espirituais . Portanto ,
o que poderiam saber
tais profissionais
sobre doenças
mentais se para
eles existe unicamente a matéria ?
E é por desconhecerem isso ,
que os psiquiatras
querem agora ter
uma nova fonte
de renda submetendo à cirurgia pacientes
com Transtorno
Convulsivo Obsessivo — na realidade ,
uma multidão de infelizes
avassalados pelo astral
inferior .
E,
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ttp://rcristao.tripod.com/artigos/deprobese.html (V. cap. 4, deste livro).
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O polêmico retorno das psicocirurgias
Por Dra. Glaci
Ribeiro da Silva
Fonte: Biblioteca
Digital do Racionalismo Cristão
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