O corpo
carnal é uma admirável máquina concebida pela Inteligência Universal para
proporcionar ao maquinista – o espírito – os elementos, os meios com os quais
leva a efeito no planeta Terra um curso de aperfeiçoamento em múltiplas encarnações,
indispensáveis à sua ascensão a ambiente de maior espiritualidade, num plano
mais alto de evolução. (Racionalismo Cristão, 42ª ed., p. 97-98, 2003).
O
Universo é uma grande oficina onde os espíritos – partículas individualizadas
da Inteligência Universal – trabalham e estudam em busca da sua evolução. Uma
das escolas existentes no universo se chama Terra.
Nela, os espíritos fazem o curso fundamental ou básico para sua evolução; ela aceita alunos da primeira até a décima sétima classe evolutiva e exige que os espíritos tenham um corpo carnal (ou corpo físico) para frequentá-la.
O responsável pelo planejamento dos corpos físicos usados na “Escola Terra” é a Inteligência Universal e, eles, são construídos com o material fornecido pela própria escola.
Quando um espírito recebe seu corpo físico ele é chamado de “ser encarnado” e o intervalo de tempo durante o qual esse corpo físico é usado por ele denomina-se “encarnação”. Quanto maior for a duração desse corpo físico durante cada encarnação de um espírito, mais tempo disponível ele terá para fazer a sua evolução; para facilitar isso e defende-lo do ambiente hostil da “Escola Terra”, ele foi equipado com um conjunto de células especializadas que formam o chamado sistema imunológico ou imune.
Nela, os espíritos fazem o curso fundamental ou básico para sua evolução; ela aceita alunos da primeira até a décima sétima classe evolutiva e exige que os espíritos tenham um corpo carnal (ou corpo físico) para frequentá-la.
O responsável pelo planejamento dos corpos físicos usados na “Escola Terra” é a Inteligência Universal e, eles, são construídos com o material fornecido pela própria escola.
Quando um espírito recebe seu corpo físico ele é chamado de “ser encarnado” e o intervalo de tempo durante o qual esse corpo físico é usado por ele denomina-se “encarnação”. Quanto maior for a duração desse corpo físico durante cada encarnação de um espírito, mais tempo disponível ele terá para fazer a sua evolução; para facilitar isso e defende-lo do ambiente hostil da “Escola Terra”, ele foi equipado com um conjunto de células especializadas que formam o chamado sistema imunológico ou imune.
Para
que todos possam entender quem é a personagem que chamamos de Gata Borralheira
do sistema imune, será preciso explicar algumas noções preliminares sobre esse sistema.
Essa não será uma tarefa fácil pois esse sistema é muito sofisticado mas
faremos o possível para procurar explicá-lo de um modo simples e bem
esquemático. Vamos lá!
A
função básica do sistema imune é combater micro-organismos invasores mas ele também
tem outras funções como, por exemplo, remover células mortas para limpar o organismo,
eliminar células malformadas que diariamente o organismo produz evitando assim
a formação de tumores, etc.
O
sistema imunológico é organizado como um verdadeiro exército sendo os seus soldados
as células pertencentes a esse sistema; elas são altamente especializadas, ou
seja, cada tipo de célula age de acordo com sua função: receber e enviar
mensagens de ataque ou de inibição, imobilizar o “inimigo” e apresentá-lo ao
exército imune, atacar e matar diretamente o “inimigo”, produzir substâncias
que neutralizem os “inimigos”, entre várias outras.
As
células do sistema imune são os leucócitos, os macrófagos e os mastócitos.
Os
leucócitos são constituídos por um conjunto de células que se originam na medula
óssea (tecido conjuntivo que preenche os ossos; conhecido popularmente como
“tutano do osso”) e fazem parte do sangue circulante; esse conjunto é formado
por cinco tipos de células:
- neutrófilos
- linfócitos
- monócitos
- eosinófilos
- basófilos
Os macrófagos derivam dos monócitos – um dos tipos de leucócitos. Eles se
Os macrófagos derivam dos monócitos – um dos tipos de leucócitos. Eles se
transformam
em macrófagos quando saem dos vasos sanguíneos e migram para os tecidos.
Os
macrófagos são cerca de dez vezes maiores que os monócitos; essas células são
capazes de engolir e digerir diferentes materiais e partículas, ou seja, elas
possuem atividade fagocitária; essa descrição justifica o seu nome: macro
significa “grande” e fago, “comedor”. Existem dois tipos de macrófagos: os
fixos e os livres.
Os
macrófagos fixos alojam-se em alguns tecidos onde passam a residir; eles possuem
em sua superfície externa dendritos – ramificações em forma de galhos e daí serem
conhecidos como células dendríticas; elas recebem nomes diferentes de acordo
como tecido onde estão localizadas: histiócitos (tecido conjuntivo e músculos),
célula de Kupffer (fígado), microglia (cérebro), macrófagos alveolares
(pulmão), células de Langherans (pele), etc. Embora residam nos tecidos, as
células dendríticas migram para o local de uma infecção tão logo ela se
instala.
Os
macrófagos livres percorrem incessantemente todo o organismo a procura de coisas
para devorar; seu apetite é insaciável – são realmente “grandes comedores” e,
ao contrário dos neutrófilos, que morrem quando estão cheios com o material
ingerido, os macrófagos regurgitam o material já digerido, para continuar
comendo. Os macrófagos livres são os lixeiros do nosso organismo: devoram
hemácias doentes, neutrófilos exaustos e pedaços de células mortas, células mal
formadas, etc. Juntamente com os monócitos, os macrófagos livres e os fixos
formam uma verdadeira rede – o sistema mononuclear fagocitário – que está
sempre pronto para capturar todo material estranho que tenha escapado ileso de
outras armadilhas.
Os
linfócitos – um outro tipo de leucócito – são consideradas as células mais
nobres do sistema imune. Eles são células pequenas e ao microscópio parecem
todos iguais. No entanto, possuem em suas membranas receptores diferentes que
podem ser identificados através de marcadores. Por isso, os linfócitos podem
ser diferenciados em vários tipos e subtipos. Existem dois tipos básicos de
linfócitos: T e B; eles recebem esses nomes por predominarem no timo (T, de
thymus, em inglês) ou na medula óssea (B, de bone marrow, em inglês), locais
esses onde fazem a sua maturação.
Os
mastócitos não são leucócitos mas, sim, células do tecido conjuntivo; elas
estão envolvidas no processo inflamatório e possuem um citoplasma rico em
grânulos onde armazenam vários mediadores da inflamação, tais como histamina,
heparina, fatores quimiotáxicos para atrair neutrófilos, etc.
No
exercito do sistema imunológico existem duas grandes Divisões: a Inata e a Adaptativa.
A
divisão inata é formada por soldados rasos e eles funcionam como sentinelas ou vigias
desse exercito.
Existem
dois locais onde essas sentinelas se encontram: nas barreiras naturais do corpo
e onde a inflamação inespecífica se desenvolve.
As
barreiras naturais do corpo são a primeira linha de combate da divisão inata e,
caso suas sentinelas sejam vencidas pelo invasor, uma inflamação inespecífica –
a segunda linha de combate – se instala no local da invasão.
Essas
barreiras naturais estão estrategicamente presentes em todo local onde haja possibilidade
do corpo ser invadido. O organismo possui várias dessas barreiras, tais como a
queratina, lipídios e ácidos graxos na pele, a saliva na boca, o ácido
clorídrico no estômago, o pH ácido na vagina, a cera do ouvido externo, o muco
presente nas mucosas e no trato respiratório, os cílios do epitélio respiratório,
a flora bacteriana normal existente na vagina e nos intestinos, etc.
A
inflamação inespecífica é um processo muito útil na defesa do corpo e como tal deve
ser sempre encarado. Seu objetivo final é impedir que a infecção avance,
isolando os germens em um envoltório de fibrina, – uma proteína esbranquiçada e
insolúvel.
O
processo inflamatório se inicia quando os mastócitos do tecido conjuntivo
liberam do seu citoplasma substâncias que dilatam as arteríolas da região e
atraem também neutrófilos e macrófagos para a área afetada. A saída de líquido
produz edema (inchaço), as arteríolas dilatadas levam à vermelhidão, ao aumento
de temperatura local e à dor.
Todos os eventos inflamatórios são dotados de um significado: o aumento de temperatura no local inflamado dificulta a proliferação de micro-organismos e estimula a migração de neutrófilos e macrófagos que irão englobar e destruir os agentes invasores; algumas substâncias liberadas no local da inflamação alcançam o centro termorregulador localizado no cérebro (hipotálamo) elevando a temperatura corporal e produzindo a febre.
Todos os eventos inflamatórios são dotados de um significado: o aumento de temperatura no local inflamado dificulta a proliferação de micro-organismos e estimula a migração de neutrófilos e macrófagos que irão englobar e destruir os agentes invasores; algumas substâncias liberadas no local da inflamação alcançam o centro termorregulador localizado no cérebro (hipotálamo) elevando a temperatura corporal e produzindo a febre.
Apesar
do mal-estar e do desconforto que a febre causa, ela também é um importante
fator no combate às infecções pois além de ser desfavorável à sobrevivência dos
micro-organismos invasores, também estimula muitos dos mecanismos de defesa do
corpo.
Se a
divisão inata for malsucedida na sua missão de conter patógenos, entram em cena
as células da divisão adaptativa – os oficiais desse exército – para organizar
um ataque sofisticado e direcionado contra o invasor, ou seja, essa divisão é
específica. Essa resposta imunológica é justamente chamada de adaptativa
porque, durante uma infecção, ela se ajusta ao micro-organismo responsável por
aquela doença.
A
divisão adaptativa foi até cerca de cinco anos atrás a atriz principal do show
do sistema imunológico. Todos os holofotes a focalizavam; os livros e artigos
sobre imunologia estão cheios de detalhes sobre as células B, com seus
anticorpos que se prendiam aos antígenos – as proteínas específicas localizadas
na superfície de um patógeno; e sobre as células T e seus receptores, capazes
de reconhecer fragmentos das proteínas patogênicas.
A
imunidade adaptativa também roubava a cena porque ela é capaz de criar uma “memória
imunológica”. Depois da infecção as células B e T ficam por perto do local onde
ela ocorreu preparando o corpo para repelir novos ataques. Essa capacidade de recordar
infecções passadas permite que as vacinas nos protejam expondo o corpo a uma
forma desativada do patógeno; o sistema imunológico, porém, reage como se essa
exposição fosse um ataque verdadeiro, gerando células protetoras com memória
imunológica.
A Gata
Borralheira do sistema imunológico era, portanto, a divisão inata pois ela parecia
muito monótona quando comparada à adaptativa. Os seus componentes, enzimas antibacterianas
da saliva e os chamados “complementos” – proteínas do sangue que destroem
bactérias – pareciam muito menos sofisticados que os anticorpos e as células T.
Ao
rejeitarem a resposta imune inata por ser enfadonha e desinteressante, os imunologistas
estavam, na verdade, tentando esconder um pequeno segredo: o Sistema imunológico
adaptativo não trabalha na ausência de uma resposta inata. É o sistema immune inato
que produz as proteínas sinalizadoras chamadas citocinas, que não somente
induzem a inflamação inespecífica, mas também ativam as células B e T. Como se
vê, a irmã charmosa precisa da ajuda de uma gata borralheira – sua parente
singela e discreta, para poder mostrar o seu brilho...
As
células dendríticas que descrevemos acima fazem parte da divisão inata do exército
imunológico; elas são relativamente escassas: constituem apenas 0,2% dos glóbulos
brancos do sangue e estão presentes em proporções ainda menores em tecidos como
a pele. As células dendríticas foram identificadas em 1868 pelo anatomista
alemão Paul Langerhans, que erradamente, pensou tratar-se de terminais nervosos
da pele. Quase um século depois elas foram redescobertas no baço de ratos pelo
cientista Ralph Steinman, da Rockefeller University que as reconheceu como
parte do sistema imunológico. Foi também Steinman quem as denominou células
dendríticas porém, essas mesmas células na pele continuam a ser chamadas de
células de Langerhans.
Mais
vinte anos se passaram até os cientistas conseguirem isolar e obter grandes quantidades
de células dendríticas que possibilitassem seu estudo em laboratório.
Atualmente,
existem vários grupos de pesquisa envolvidos no estudo dessas células e o interesse
científico nelas está se tornando cada dia maior.
As
células dendríticas ainda imaturas se instalam na pele, nas mucosas e em órgãos
como o pulmão e o baço. Elas possuem uma enorme variedade de mecanismos para capturar
micróbios que tentam invadir o corpo: usando as ventosas que possuem em suas membranas
para prender os invasores e retirar deles quantidades microscópicas do fluido que
os cerca; envolvendo vírus e bactérias em um tipo de saco conhecidos como
vacúolos; produzindo um substância chamada interferon-alfa, que elimina certos
vírus imediatamente etc.
Depois
de devorar os invasores, as células imaturas os dividem em fragmentos – conhecidos
como antígenos – para que eles possam ser apresentados e reconhecidos pelo resto
do sistema imunológico. Para distribuir os antígenos em sua superfície as
células usam moléculas em forma de “garfo” para prende-las entre os seus
dentes. Essas moléculas são chamadas “complexo maior de histocompatibilidade”
(MHC, em inglês).
Enquanto
processam antígenos para fazer sua apresentação, elas viajam pelo sangue até o
baço – um dos órgãos do sistema imunológico – ou, através de um fluido claro, a
linfa, para os gânglios linfáticos. Chegando ao destino, elas completam a
própria maturação e apresentam suas moléculas MHC carregadas de antígenos às
células “T-auxiliares”, que, por nunca terem entrado em contato com antígenos,
são chamadas em inglês de células “Tnaïve”, ou seja, ingênuas. As células
dendríticas são as únicas capazes de instruir as células “T-ingênuas” a
reconhecer o antígeno como algo estranho ou perigoso.
Depois
de instruídas, as células T-auxiliares fazem com que as células B produzam anticorpos
que se ligam ao antígeno e o desativam. As células dendríticas e as células auxiliares
podem também ativar as células T-assassinas, que podem destruir bactérias ou células
infectadas por vírus. Algumas das células T educadas pelas células dendríticas
se transformam em células “de memória”, que permanecem no corpo por anos, ou
até décadas, prontas para agir se o invasor voltar.
O
exposto acima mostra de um modo esquemático e bem simplificado uma reação imunológica
tal como é descrita atualmente com o papel das células dendríticas devidamente
reconhecido e valorizado. E não será necessário forçarmos muito a imaginação
para verificar como uma reação imunológica se assemelha à tática usada por policiais
diante de malfeitores. A impressão que se tem é que essas células raciocinam e agem
inteligentemente, justificando assim o nome de “cérebro do corpo”, –
denominação que ultimamente vem sendo dada ao sistema imunológico.
Embora
pareçam ter uma organização muito diferente, os sistemas imunológico e nervoso
central são em vários aspectos muito parecidos. Assim, ambos possuem um projeto
estrutural muito semelhante com elementos sensoriais para receber informações
do ambiente e do corpo e, elementos motores, que executam a resposta
apropriada.
Esses
dois sistemas também se comunicam através de mediadores químicos. Por exemplo,
os sinais elétricos que percorrem as vias nervosas se convertem em sinais químicos
nas sinapses que separam os neurônios e essas substâncias químicas, podem agir como
sinais para o sistema imunológico. Por outro lado, os mensageiros químicos que
as células imunológicas produzem tanto são usados como comunicadores dentro do
próprio sistema imunológico como, também ligam esse sistema com o cérebro e os
nervos.
Uma das
maiores descobertas da imunologia contemporânea é que os leucócitos produzem
pequenas proteínas capazes de coordenar indiretamente as respostas do Sistema imunológico
no combate aos patógenos. Assim, a proteína Interleucina 1 (IL-1) é produzida por
monócitos. É esse o início da elegante cascata responsável pela resposta
imunológica pois agindo sobre o linfócito, a IL-1 gera a IL-2 que é a
responsável pela maturação dos linfócitos. Alguns desses linfócitos maduros –
os plasmócitos – produzem anticorpos para combater as infecções enquanto outros
– os citotóxicos matam diretamente o agente infeccioso.
Essa
intima relação entre o cérebro e o sistema imunológico poderia ser facilmente explicada
tendo como base a doutrina racionalista; assim, se imaginarmos ser o corpo
físico um computador (portanto, uma máquina, conforme afirma o espiritualismo
científico) e o seu usuário o espírito, o cérebro funcionaria como um teclado
e, cada região dele, seria uma tecla que quando pressionada pelo espírito
enviaria suas ordens para que seu computador as executasse.
Para
fazer seu curso evolutivo na “Escola Terra”, o espírito depende do seu corpo físico
e, por isso, ele tem uma linha direta e expressa com o exército (sistema imune)
encarregado de o defender e cuidar de sua manutenção (homeostasia). E nesse
exército, todas as divisões são igualmente importantes, mesmo aquela que até
recentemente era considerada pelos cientistas uma simples Gata Borralheira...
Amorim,
José. Energia programada – A mecânica do perispírito. 4. ed., Rio de Janeiro:
Centro Redentor, 1996.
Banchereau
J, Schuler-Thurner B, Palucka K and Schuler G (2001). Dendritic cells as vectors
for therapy. Cell, 106: 271-274.
Klein,
Jan. Blood cells and their origin. In Immunology. 2nd ed., Boston: Blackwell Scientific
Publications, 1991, p. 8-28.
Medzhitov
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343: 338-344.
Racionalismo
Cristão. 42a ed., Rio de Janeiro: Centro Redentor, 2003. A encarnação do
espírito: p.95 -113.
Na Internet e-book de Imunohematologia: http://www.angelfire.com/journal/imuno/Disponível em 08/05/2005A
A Gata Borralheira do sistema imunológico
Por Dra. Glaci Ribeiro da Silva
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