[...] Os planetas que giram em torno do Sol, são outros tantos mundos; portando, outras tantas escolas, para onde e por onde o espírito terá que passar na sua marcha evolutiva para a perfeição – o Grande Foco, sua fonte de origem. [...] (Pinheiro Guedes, em seu livro Ciência Espírita; 8ª ed., p. 181, 1992).

O corpo físico e suas metamorphoses – Por Dra. Glaci Ribeiro da Silva

A crisálida tece o seu casulo; é um viaduto sobre o maior dos abismos. A metamorfose é a base da Evolução. (Ciência espírita, Pinheiro Guedes.)


O significado do termo “metamorfose” (do grego, metamórphosis) no seu sensu stricto é “transformação de um ser em outro”. Com esse sentido ele é frequentemente empregado para designar a mudança de forma que ocorre na vida de certos animais, como os insetos e os batráquios. Mas, tanto no sentido amplo (sensu lato) como no sentido figurado, esse termo é usado como sinônimo de “mudança”, de “mutação” e de “transformação”.

Jogando com esses vários significados da palavra “metamorfose” Pinheiro Guedes – o brilhante médico espiritualista brasileiro – definiu “evolução”. Para ele, evoluir é mudar, é transformar-se radicalmente, da mesma forma que uma lagarta pode dar origem a uma borboleta.

Nosso corpo físico é uma máquina complexa constituída por matéria do próprio mundo Terra. Ele foi muito bem arquitetado pela Inteligência Universal e tem a função de conduzir o espírito pela sua árdua trajetória nesse planeta-escola onde ele irá aprender, corrigir erros e aperfeiçoar-se, realizando assim a sua evolução.


Paralelamente a esse aperfeiçoamento espiritual, nosso corpo físico, na sua escalada evolutiva, vem passando por várias metamorfoses: no seu exterior, ele vem-se tornando paulatinamente mais delicado e as feições grosseiras e simiescas do homem pré-histórico vão pouco a pouco se suavizando. Mas, no seu interior, têm ocorrido também modificações importantes em vários órgãos e funções.


Assim, o apêndice cecal, que outrora fora longo para melhor cumprir suas funções digestivas, foi gradativamente diminuindo de tamanho e o seu remanescente no homem moderno é somente um órgão cilíndrico e muito fino de apenas 10 cm de comprimento que está preso no ceco. Ele também deixou de exercer sua antiga função digestiva e agora faz parte do sistema imunológico.

Fato semelhante a esse vem acontecendo com os nossos terceiros molares ou dentes do siso.

Esses dentes foram provavelmente muito úteis ao homem pré-histórico, porém o mais apropriado para o homem atual seria eles não existirem, pois um grupo crescente de pessoas têm tido ultimamente problemas com esses dentes.
Por outro lado, embora a ocorrência ainda seja pequena, já existem pessoas cujos dentes do siso são congenitamente ausentes.

Mas enquanto órgãos, como os citados acima, parecem estar fadados a desaparecer, outros, como a glândula pineal, estão, ao que tudo indica, programados para evoluir.
Palestra s/ Glandula Pineal - Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira

Assim, é muito provável que futuramente, com o pleno desempenho dessa glândula, nossa linguagem articulada venha a ser substituída pela transmissão telepática, meio de comunicação esse que já é usado no mundo espiritual.
Discutimos esse assunto mais detalhadamente no livro Racionalismo Cristão e ciência experimental (ver bibliografia).

O corpo físico pode ser comparado a uma grande indústria que trabalha sem parar, produzindo milhões de substâncias em suas células através de reações químicas. Cada célula é uma divisão da indústria, devidamente equipada para gerar, entre outras coisas, a energia necessária para que essa indústria funcione.

Embora cada célula do nosso corpo tenha uma função específica relacionada com o tecido a que ela pertence, todas elas desempenham também uma atividade “comunitária”, trabalhando de maneira integrada com as demais células do corpo. A geração de energia é a atividade comunitária mais importante executada por nossas células.


No citoplasma, espaço compreendido entre a membrana e o núcleo celular, estão as mitocôndrias – uma das organelas citoplasmáticas. Elas são responsáveis pela respiração celular e, ao desempenhar tal função, produzem energia. Em outras palavras, as mitocôndrias são as “usinas de energia” das células.

Geralmente a comunidade científica reage com muito ceticismo a idéias inovadoras e revolucionárias. No entanto, na maioria dos casos, são justamente essas idéias as responsáveis pelos grandes progressos científicos e tecnológicos. Isso se explica porque geralmente elas são idéias captadas diretamente do Espaço Superior por cientistas possuidores de mediunidade intuitiva muito desenvolvida.


Não é de se estranhar, portanto, o fato de ter sido recebida com risos de deboche pelos cientistas a hipótese aventada na década de sessenta de que, no passado, as mitocôndrias já haviam sido bactérias de vida livre.

Porém, atualmente, as evidências sobre isso são esmagadoras e a maioria dos cientistas concorda que essas organelas são descendentes de invasores estrangeiros, que, há cerca de dois bilhões de anos, se associaram simbioticamente ao ancestral unicelular de todas as plantas e animais.

A simbiose é um tipo de associação existente entre dois organismos, na qual, ainda que em proporções diversas, ambos se beneficiam com ela. Além das mitocôndrias, outras bactérias, como as da flora intestinal, por exemplo, também vivem simbioticamente em nosso organismo.

O primeiro indício da importância exercida em patologias humanas pelas mitocôndrias surgiu em 1988 ao se descobrir que a neuropatia óptica hereditária de Leber – uma misteriosa forma de cegueira precoce – é causada por mutações no DNA, mas não no DNA humano e, sim, no da mitocôndria (conhecido pela sigla mtDNA). O mtDNA é cerca de 200 mil vezes menor do que o DNA do núcleo das células humanas e, por ser tão minúsculo, os cientistas acreditavam que seu papel biológico era unicamente ligado ao metabolismo energético mitocondrial.


Nesta última década já foram detectadas cerca de 200 mutações no mtDNA que estão associadas a uma série de doenças tais como o mal de Alzheimer, a artrite reumatóide, o câncer e várias patologias do sistema reprodutor.

Essas doenças formam um grupo heterogêneo, mas que possuem uma característica em comum: as células envolvidas possuem vida longa e alta energia, como acontece com as células cerebrais e as musculares. Isso justificaria os diversos sintomas presentes nessas patologias, tais como perda da força muscular, redução da capacidade mental, derrames periódicos, cegueira, surdez, paralisia cerebral, falência cardíaca, convulsões e tremores.

Além disso, têm aumentado também as evidências de que o mau funcionamento mitocondrial desempenha papel importante nos sintomas de envelhecimento.


Mas o que torna ainda mais intrigante esse assunto é a percepção que os cientistas têm tido nesses últimos cinco anos de que o poder de decisão da apoptose no nosso organismo está no DNA mitocondrial e não naquele existente no núcleo das células humanas, como até então se acreditava.

O termo “apoptose” (do grego, apoptosis) é usado para referir-se à queda das folhas das árvores no outono – um exemplo de morte programada fisiológica e apropriada que também implica renovação.

No nosso organismo, a apoptose é o fenômeno fisiológico responsável pela regulação homeostática do tamanho dos tecidos. Ela se processa através de uma morte celular programada.


Esse suicídio celular programado é responsável pelo rejuvenescimento permanente dos tecidos, eliminando seletivamente células cuja sobrevivência poderia prejudicar o organismo. Quando a apoptose não ocorre surgem problemas como o câncer e, por outro lado, ela ocorre prematuramente em muitas doenças degenerativas, como é o caso, por exemplo, do mal de Alzheimer.

Tudo no Universo está em constante evolução e ela faz-se sentir em tudo. Logo, não seria faltar com a lógica imaginar que as mitocôndrias, que já foram bactérias de vida livre, tenham também que seguir sua própria trajetória evolutiva. Isso poderia explicar as inúmeras mutações (ou mudanças, ou metamorfoses) que o mtDNA vem apresentando. Assim, se para o nosso organismo essas mutações mitocondriais significam doenças, para essas organelas elas poderiam ser somente as ferramentas da sua própria evolução.

Nesses últimos tempos espíritos cada vez mais evoluídos têm reencarnado na Terra mostrando que gradativamente nosso planeta está deixando de exercer sua função de mundo-escola. Esse tem sido o tema de várias comunicações doutrinárias dadas pelo Astral Superior, inclusive pelo próprio Luiz de Mattos.

Portanto, como no Universo nada acontece por acaso, é possível que essas mutações mitocondriais façam parte de uma adaptação programada pela Inteligência Universal para remodelar o atual corpo físico, fazendo com que ele possa ser usado de maneira mais eficiente por espíritos mais evoluídos.

O corpo físico e suas metamorphoses
Por Dra. Glaci Ribeiro da Silva

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O corpo físico e suas metamorphoses
Por Dra. Glaci Ribeiro da Silva

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